SINDICAPI PEDE SUSPENSÃO DA DETERMINAÇÃO QUE OBRIGA EMPRESAS A PAGAR EXAMES DA COVID-19

O SINDICAPI, devidamente orientado pelo departamento jurídico, entende que o Município de Teresina não tem competência para determinar o que está disposto no Decreto e o texto seria inconstitucional e ilegal, por violar normas da Constituição, da CLT e do próprio município.

Entendemos também que a medida gera forte impacto financeiro no setor fortemente atingido pela pandemia e que a manutenção da obrigação pode até forçar a empresas a pararem suas atividades, prejudicando o abastecimento de supermercados, farmácias e até hospitais do Estado.

De acordo com a advogada Caroline Terto, “como o Decreto tem impacto nas relações de trabalho, inclusive com a determinação de afastamento compulsório dos empregados, o tema é de competência da União, conforme regras da Constituição e da CLT. “

“O cumprimento das medidas determinadas pelo decreto municipal colocam as empresas em situações que ameaçam a intimidade dos seus empregados, que deverão ser examinados a cada três dias e ter o resultado de seus diagnósticos, além de ficha clínica divulgados em site público da prefeitura, podendo gerar situações de conflitos de interesse e violação de privacidade”, explica Helayne Arruda, também advogada do SINDICAPI.

Explica a advogada que nesse ponto, o decreto não apresenta qualquer restrição, pois determina a testagem e divulgação dos resultados dos exames de todos os empregados, inclusive dos que não apresentem qualquer sintoma do coronavírus.

“Outra questão bastante atacada é o fato de o Decreto inovar e prever obrigação que o próprio Município já havia definido, por meio da Lei 5.499/20, de que a determinação da realização compulsória de testes seria realizada através  da Fundação Municipal de Saúde (FMS). Por isso, se questiona como pode a prefeitura estabelecer, por meio de Decreto, que, agora, a obrigação de testagem seja dos empregadores”, esclarece o advogado Lucas Veras.

Por fim, a ação também trata do impacto financeiro que a medida irá impor a toda a iniciativa privada, tendo em vista o altíssimo custo dos testes particulares, dos termômetros digitais infra vermelhos e da manutenção de equipe médica que garanta exames em todos os funcionários a cada três dias.

Segundo o Pres. do SINDICAPI, Humberto Lops, muitas empresas não tem mais o que fazer para segurar os empregos e sem alternativa, terão que fechar as portas, gerando enorme prejuízo de abastecimento em todos os setores, em especial no fornecimento de alimentos, produtos de higiene e artigos de saúde para farmácias e hospitais de todo o estado.



"É uma triste situação! Ter que demitir em massa, milhares de trabalhadores que são "pais de família" e excelentes profissionais! Mas o setor não tem outra alternativa! Se não houver essa flexibilização no comércio e a suspensão dessa determinação, não existirá outra alternativa, infelizmente!", disse Humberto Lopes. 

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